segunda-feira, 22 de junho de 2009

Farras que ecoam choro, fome, impunidade e poder distorcido


Era uma vez um país chamado Brasil, lá existiam milhões de habitantes, muitos dos quais tinham o poder do voto, ou seja, o poder de escolher quem os representasse. Mas acontece que a maioria das pessoas que recebiam o voto e consequentemente o poder, eram picaretas e/ou mal intencionadas.
Depois que chegavam ao poder manifestavam tremenda fixação em se aproveitar do dinheiro do povo para viverem uma luxúria supérflua, mesmo ganhando salários milionários, envolviam até pessoas famosas, que também ganhavam milhões para servirem de bobo da corte ao congresso e para distrair a população com uma cultura de massa e informações desnecessárias, estes apareciam na mídia até para anunciar a troca de namorados.
Quando os habitantes íntegros e honestos daquele país descobriam o que se passava ficavam indignados, ficavam tão indignados que não sabia como agir, pois sentiam suas mãos atadas diante daquela situação, toda aquela sujeira já parecia normal. Outra parte da população havia culturalmente aprendido a admirar novelas e programas populescos, para estes, o que acontecia com aqueles em quem votavam era mera comédia ou quem sabe um dramalhão mexicano e não entendiam a influência que isso poderia causar em suas vidas. Outros eram parentes, amigos, amantes ou tinham alguma ligação com os eleitos e também migravam para o seu ambiente de trabalho ou usufruíam de alguma benesse, por isso os defendiam e os admiravam.
O local em que aquelas pessoas eleitas diziam trabalhar chamava-se congresso, por isso o apelidaram de “congresso dos horrores”. E como em todo conto de fadas, ou de bruxas, entendia-se que no congresso dos horrores moravam os inimigos do povo, eles assolavam toda a população e mantinham contato com outros seres, que habitavam as assembléias, tribunais e câmaras. É claro que entre eles haviam infiltrados, que tentavam fazer um trabalho honesto, estes quando descobriam o que lá se passava, lutavam para reverter a imagem do congresso. Mas eram perseguidos e muitos cediam à sujeira que se fazia, e como os outros, acabavam contribuindo para sujar a imagem de seu suposto ambiente de trabalho. Na verdade já estavam habituados à podridão que se fazia.
A imprensa imparcial fazia seu papel e denunciava. Mas algo a mais precisava ser feito. Tudo era urgente, uma limpeza era recomendada, uma limpa fossa ou uma empresa de detetização seriam boas alternativas. A descarga já estava sendo puxada, mas era pouco. Mesmo que se tentasse manter a imagem de um ambiente saudável, até as viúvas dos que por lá habitavam sujavam as memórias póstumas de seus entes-querido. Até mesmo os que lutavam por ética e dignidade tinham suas vestes manchadas.
Tudo era muito feio e assustador, pois enquanto a população necessitava de comida, trabalho, educação, cultura e lazer os habitantes do congresso dos horrores brincavam de viajar com suas famílias, namoradas, amantes, cachorros e papagaios para ilhas paradisíacas e reinos encantados, como a Disneylândia, tudo com o dinheiro da população. O mesmo dinheiro que poderia contribuir para o bem estar de todos daquele país. Aqueles seres não possuíam amor e respeito aos que lhes deram o poder e muitos tratavam a população como seres inferiores.
A população, suada, sofrida e guerreira continuava sua jornada com seus míseros salários, pois todos tinham o direito á uma vida digna, o que não era entendido pelos seres que habitavam o congresso dos horrores, que teimavam em lançar na população as setas e reflexos de seu poder distorcido. Ainda hoje sua população tem sobrevivido e lutado por seus direitos humanos, principalmente o direito ao respeito e a dignidade, palavras inexistentes no vocabulário daqueles que habitam o congresso dos horrores.
Parece que a população daquele país tem aberto os olhos e talvez finalmente entenda o poder de seu voto e o verdadeiro valor de uma democracia. É o que se espera dos próximos capítulos de uma fábula chamada Brasil.

Claudioney Guimarães
Manaus 29/04/2009
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